INFÂNCIA#1

Publicada por Marinho em 29 - Mar - 2009

Uma infância feliz dura a vida inteira

RECREIO

Publicada por Marinho em 31 - Mar - 2009

Recreius Vulgaris numa Escola Masculina

HI-TECH 1

Publicada por Marinho em 6 - Abr - 2009

Às armas

HI-TECH 2

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Caça grossa

Vick e o Grande Rapto

Publicada por Marinho em 9 - Abr - 2009

Actividades de tempos livres

OMOMV, o Planeta Rock

Publicada por Marinho em 15 - Abr - 2009

Eu, com o casaco assertoado do casamento do meu pai, o Slowhand e su camisa blanca, os outros, pelo menos penteados iam, o Rollerando a cavalgar o bacalhau e o Violinha a olhar para cima, concentrado, a ver se ouvia algum helicóptero

Strange, o Plutão do Rock

Publicada por Marinho em 16 - Abr - 2009

O sucesso dos OMOMV, apesar de meteórico e sobretudo metafórico, deixou-nos inebriados. Afinal aquilo de ser rockstar não tinha nada que saber: um par de tintins, uma cena qualquer na mão para não coçar os tintins, uma grade de minis e duas charruas.

O Grande Arrebentador

Publicada por Marinho On 22.6.09

impulsive-old-people09 Certo dia, ganhei uma viagem a Paris, na compra de umas frigideiras. Instalado e passeado, apesar de ter achado a comida péssima e os franceses antipáticos, decidi procurar algo nocturno que me trouxesse laivos da doçura cinzenta dos filmes parisienses que vira na TV.

Fui a um cabaret, portanto. Mamas e charutos, era o que tinha dentro dos olhos. Mas, de ambos os artigos, os charutos ainda eram os menos decadentes. Inesperadamente, os rufos no palco cortaram a letargia do ambiente.

“Madames et Messieurs, directement du Portugal, le magnifique, l’unique, la légende, Joséph Cassetout!” A minha alma de português despertou de imediato: “F…-se, nem em Paris um gajo se vê livre de tugas especialistas em números de magia. Ainda se fosse em Bruxelas, percebia-se!”

O Grande Joséph irrompeu no palco, ao melhor estilo do wrestling spaghetti, 1,65m de gente, cabelo Olex, patilhas à bruta, envolto numa capa vermelho-benfica, seguido da sua partenaire. Deu duas voltas ao minúsculo palco, agradecendo os aplausos artificiais que saíam do sistema sonoro.

Quando descerrou a capa, revelou o seu físico trolha e quarentão, com um babete de pêlos e um ventre dilatado pela acumulação de gases e cervejas. Vestia uma espécie de boxers, também vermelhos, com uma braguilha dourada(!)

A assistente montou uma mesinha na boca do palco, esticou a toalha (vermelha, claro) e alinhou horizontalmente 3 nozes. O Grande Cassetout, com um ar meio envergonhado, viu a partenaire abrir-lhe lascivamente a braguilha. O Joséph, corado pelas luzes, sacou do seu marsupilami, alinhou-se com a mesa, fez pontaria, e, Trau! Trau! Trau! Estilhaçou as nozes de forma irreparável. 15 segundos de estupefacção suspensa, e explosão de aplausos (das 15 pessoas que lá estavam). Espectáculo apoteótico. Isto sim, era Paris. Isto foi há 25 anos.

O ano passado, ganhei uma viagem ao México, na compra de umas frigideiras (não, não eram vermelhas). Instalado e passeado, apesar de ter achado a comida péssima e os mexicanos americanos, decidi procurar algo nocturno que me trouxesse laivos do picante colorido dos fimes do Cantinflas que vira no Cine-Esplanada.

Fui a um saloon, portanto. Tinha deixado de fumar, por isso mamas e mezcal eram as únicas coisas que me apetecia ter na boca. De repente, rufos. Tal como da outra vez.

“Damas y caballeros, directamente de Portugal, el famoso, el magnifico, el misterioso, Joselito Matacoco!”

“Não! Não pode ser! Um déjá-vu! Em Paris, ainda vá, agora aqui…”

O Grande Joselito, amparado pela partenaire bastante mais nova, entrou em palco envolto na sua capa heróica. O cabelo era invisível, o físico tinha umas pregas evidentes, a pelagem já tingida de branco, mas, apesar da mascarilha (vermelha, pois claro), o nosso amigo da braguilha dourada era o mesmo Grande Joseph de Paris.

A assistente alinhou os materiais tal como no número que eu já havia assistido, só que, desta vez, os objectos dispostos eram 3 cocos e não nozes. O José aguentava-se, algo parkinsónico, esperando a sua entrada em acção. A generosa sócia foi-lhe roçando a braguilha, arejando-a com volúpia e mostrou a luz do dia ao quebra-nozes (claro que há uma versão XXX deste filme, mas os meus filhos costumam passar por aqui…). O indómito artista, agarrou na cenaita, Tum! Tum! Tum!, três machadadas letais nos cocos que se estilhaçaram e derramaram pela cena. O saloon veio abaixo com a proeza e o trémulo madeireiro retirou-se debaixo dos olés do público.

Dirigi-me de imediato a uma muchacha do bar para saber como poderia encontrar os camarins dos artistas. Queria cumprimentar o meu patrício José. Ela, com mais uns pesos entre as belas luas, conduziu-me num labirinto esconso e malcheiroso, até chegar a uma porta com uma estrela, como nos filmes.

Bati, a partenaire, já sem a peruca, abriu-me a porta e eu expliquei-lhe que era tuga e queria felicitar o conterrâneo. O big Zé estava sentado numa cadeira de barbeiro, com um saco de gelo em cima do orçamento geral do estado.

“Meu amigo”, vociferei eu, “vi-o há 25 anos a actuar em Paris, e já na altura fiquei impressionado com a sua capacidade. Agora, 25 anos depois, venho encontrá-lo aqui – desculpe a indiscrição, mas você deve ter já perto de 60 anos,não? “73”, respondeu – ainda fazendo o mesmo número, só que com cocos! Deus meu, como é que consegue?”

Com um ar modesto e atrapalhado, o amigo Zé respondeu:”Pois é, amigo, é a vida. Sabe o que é, é que a vista já não é a mesma…”

 

Para conhecerem um primo e émulo do Grande Arrebentador de Cenas, ide ver este vídeo

1 Response to "O Grande Arrebentador"

  1. Pedro Said,

    AH, AH, AH, AH!!!!!
    AI, QUE SE ME ESGAÇA A BUFA, AHAHAHAHAHA!!!!

     

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