INFÂNCIA#1

Publicada por Marinho em 29 - Mar - 2009

Uma infância feliz dura a vida inteira

RECREIO

Publicada por Marinho em 31 - Mar - 2009

Recreius Vulgaris numa Escola Masculina

HI-TECH 1

Publicada por Marinho em 6 - Abr - 2009

Às armas

HI-TECH 2

Publicada por Marinho em 8 - Abr -2009

Caça grossa

Vick e o Grande Rapto

Publicada por Marinho em 9 - Abr - 2009

Actividades de tempos livres

OMOMV, o Planeta Rock

Publicada por Marinho em 15 - Abr - 2009

Eu, com o casaco assertoado do casamento do meu pai, o Slowhand e su camisa blanca, os outros, pelo menos penteados iam, o Rollerando a cavalgar o bacalhau e o Violinha a olhar para cima, concentrado, a ver se ouvia algum helicóptero

Strange, o Plutão do Rock

Publicada por Marinho em 16 - Abr - 2009

O sucesso dos OMOMV, apesar de meteórico e sobretudo metafórico, deixou-nos inebriados. Afinal aquilo de ser rockstar não tinha nada que saber: um par de tintins, uma cena qualquer na mão para não coçar os tintins, uma grade de minis e duas charruas.

25 Abril, sempre

Publicada por Marinho On 9.4.09

Vick e o Grande Rapto

Cada vez mais me convenço que a nossa jovialidade actual e estado de conservação, apesar da exposição a todos os químicos e produtos alimentares na lista negra (“eh pá, isto mata burburés de células no cérebro, men!”; “but’aí fazer mais uma sandes de manteiga com açúcar”, ou “dá-me aí um guardanapo de papel para ensopar com maionese e chupar”), devia ser objecto de um case study.

Isto já o pai do Fak’s tinha premonitoriamente intuído ao destacar um amigo psicólogo, adulto jovem e responsável, para tentar perceber e acompanhar a nossa dinâmica comportamental e grupal. Era o Vick, bigodinho à malandro, um bocadinho catatau. A ideia era boa, inteligente, assertiva, mas condenada ao falhanço: tentar perceber adolescentes, o que pensam e porque é que pensam e fazem assim, sem se ser adolescente, é algo academicamente viável mas operacionalmente impossível. Ainda por cima éramos nós!

Persistente e paciente, mereceu de nós a atenção e simpatia devida a um gajo que tem tintins para tentar vir-nos esdrublar a cabeça sem perceber que estava a meter-se numa espiral que o poderia conduzir “à beira da lóócora!” Assim, acompanhou-nos nalgumas noites de vadiagem e de discussões metafísicas na Barra.

Acho que percebeu rapidamente que éramos uns putos perigosamente saudáveis e de mente expandida, e de vítima potencial acabou por transformar-se num gajo bacano, um avila. Essa confiança tê-lo-á levado a convidar-nos para o acompanharmos numa actividade que pensava ser uma boa experiência para um grupo de jovens como nós: apoiar/acompanhar um grupo de crianças do ensino básico num acampamento de férias. Se bem me lembro (sectores do disco danificados), o Fak´s, o Bazinho e eu aceitámos o desafio. Preparámo-nos com entusiasmo e alto alcance estratégico: o primeiro a providenciar era a segurança pessoal do pessoal. Armas, portanto. O Fak’s e eu arranjámos 2 facas de mato (a do meu pai estava um coche ferrugenta), os Cottis arranjaram uns metros de corda grossa, mas, naquela época, uma corrente é que era! Até era assim um coche punk e tudo. Tínhamos de arranjar uma corrente!

– Oh men, eu sei onde é que há uma muita boa!

– É boa, mas ééé a 6,5!

– Não men, a sério, a corrente que prende o barco no Hotel, tazaver?

– Eia men, pois é! Bute fazê-la!

O plano foi cuidadosa e engenhosamente preparado. Eu saquei um alicate universal, uma chave de fendas e um martelo ao meu pai, descortei-os num saco, e na noite do dia D, lançámos o raide. Eu, o Fak´s, o Bazinho e o Ssekou fomos avançando por dentro do jardim do hotel (no tempo em que aquilo era tudo nosso). O sítio em que desenvolveríamos a operação tinha apenas duas entradas/saídas e o rio como possibilidade de evacuação. Portanto, escalámos dois vigias para as entradas (aquilo era tudo nosso, mas havia guardas para melhorarem a experiência lúdica), o Bazinho e o Ssekou, enquanto eu e o Fak’s tentávamos desatarrachar a merda da corrente, que dizia que com aquelas ferramentas nunca sairia dali. Quando finalmente conseguimos identificar a porca que tínhamos de desapertar, e estranhando o silêncio dos vigias, que estavam sempre a enervar-nos sussurrando “então essa merda ainda não está?”, olhámos para as saídas e pareceu-nos tudo normal excepto o tamanho do vulto que deveria corresponder à silhueta do Bazinho. “Bábá, com’é? ‘Tás a controlar?”, dissemos. “Mas o que é isso!?”, respondeu a voz do guarda. “Baza, meu, baza!” e foi só o tempo de meter as ferramentas no saco e disparar pelas escadas da outra saída. Depois foi aplicar os treinos a que o prof. Marreiros nos obrigava e dar de frosques a toda a brida, até porque o guarda era coxo mas veloz e ia gritando bem alto o que nos faria se nos apanhasse. Encontrámos o Bazinho e o Ssekou já cá fora, mas face à proximidade do persistente perseguidor decidimos separar-nos. Eu era o que tinha a situação mais comprometedora já que transportava o saco com as ferramentas, o que me tornava facilmente identificável. Ainda cheguei a pensar em desfazer-me do saco mas seria preferível lidar com o guarda do que com o meu pai quando desse por falta do material. Assim, iluminado por uns quantos filmes que já tinha visto, decidi fingir que tinha um braço ao peito, desenfiando-o da manga e colocando-o por dentro da camisola, conseguindo assim camuflar o saco das ferramentas. Foi receoso e com o braço partido que entrei no Silêncio, para ir ter com o resto dos assaltantes e com mais alguém que lá estava, já não me lembro quem. Depois de uma hora a dar na cabeça do Ssekou por ter avisado da aproximação do guarda tão baixinho que ninguém ouviu, a beber umas bejekas e a ir ao lado do bilhar dar umas passas, achei que já não havia perigo de sermos catados e fui à casa-de-banho reconstituir o braço. Quando fui ao balcão para pagar, o sr. Silêncio olhou muito espantado para mim e perguntou-me se eu não estava com um braço partido. “Ah, isto agora já está bom!” O homem ficou a abanar a cabeça e a confirmar que o mundo estava mesmo perdido.

Ah, e sempre levámos uma corrente, mais modesta e fina do que a anaconda do Hotel, mas corrente quand-même.

O Vick era prof. Primário numa terrinha ali para os lados de F.Zêzere. Interior alcoolicamente profundo, com a maioria dos putos a nunca ter visto o mar. O projecto, dispondo de umas coroas do que é hoje o IPJ, consistia em acampar uma semana com a turma dos miúdos do Vick (para aí uns 12, de 7 e 8 anos), 3 miúdos da Casa Pia (hélas!), 3 monitores voluntários (nós! Monitores, hem, não era uma merda qualquer! ) e, vá-se lá saber porquê, 3 professoras colegas do Vick, que não cheguei a perceber se era ele que as queria papar ou se eram elas que nos queriam papar a nós.

Os procedimentos burocráticos foram todos devidamente tratados e fomos autorizados pela Câm.Municipal a acampar na zona da Pinhoca, mesmo por cima do Bambi. Convirá referir que era exactamente naquele sítio e naquele período que a UEC (União dos Estudantes Comunistas) da Mª Grande costumava realizar o seu acampamento de Verão. Mas como nós nos levantámos primeiro tivemos direito a calçar os sapatos.

O Fak’s, que sempre pensou mais depressa do que nós, teve um rasgo de criatividade estilística, extravasando o seu talento para o desenho, e personalizou com um lifting rasgado as mangas da sua camisa branca preferida. Mas o verdadeiro toque artístico decorria da pintura cuidadosa e imbricada de uma cruz gamada, e em que a inscrição “Inri” tinha destaque. Tivemos algumas discussões acerca do símbolo ser aceitável ou não, mas só o Ssekou não cedeu às explicações irrepreensíveis em termos culturais e filosóficos dadas pelo Fak’s. Até o Vick teve que ceder à argumentação. E a camisa mandava mesmo um altastyle, man.

O acampamento era composto por um círculo de 5 tendas, daquelas grandes, tipo tropa. Quatro albergavam os acampados e uma era ocupada com os mantimentos. No primeiro dia, ainda sem os alunos do Vick, depois de montarmos as tendas, fomos à praia com os 3 putos da Casa Pia e com um gajo mais velho do FAOJ, um tal de Cadima, que tinha lá ido levar o material e os mantimentos. A aventura na praia já foi superiormente relatada no ZeLibanho, aqui. Vale a pena ir lá ver porque é importante para perceber a sequência de acontecimentos.

Como diz o nosso confrade, deslizámos dali para fora face às ameaças de reconstituição anatómica que nos tinham feito. Fomos acabando de nos vestir à medida que íamos deslizando. O Fak´s, previdente e cauteloso, trazia consigo a sua faca de mato. Como não era uma faquita ferrugenta como a minha, mas sim uma coisa profissional, podia dizer-se que dava um bocadinho nas vistas. Portanto, para não causar invejas desnecessárias, o Fak’s descortou-a dentro das calças, junto à alma do criador.

Os pescadores estalinistas que tinham corrido connosco armados de catanas e caçadeiras (isto é verídico, man!) ou outros bufos que nos andavam a micar, devem ter domado a cena e foram-se chibar a um inga que estava na praça central por cima da praia. O simpático homenzinho dirigiu-se a nós e perguntou-nos onde é que estava a Faka (o Fak’s nessa altura ainda não era Fak´s, era só Pek’s, senão ter-nos-íamos partido a rir). Nós, “ó xôr guarda, mas qual faca? A gente não tem faca nenhuma!”, mas havia algum desconforto, principalmente por parte do gajo do FAOJ e dos putos da Casa Pia que tinham menos experiência policial do que nós. Assim, o Fak’s lá se aliviou da cena (olha, fáca-mos meu) e o xôr guarda disse que ia tudo preso porque aquilo era uma arma branca e nós éramos menores e que estávamos lixados e o caraças. Como já não éramos virgens no relacionamento com a polícia acompanhámos ordeiramente o xota à esquadra, onde a nossa argumentação responsável nos permitiu convencer a bófia a deixar-nos ir e aguardar pela chegada do prof. Vick (eh pá, era Vick ou Vaique? Tenho as “bálblas” a bater). A faca ficou a lanchar com os ingas.

Quando o nosso guardião chegou, com as ninas e os putos, e tomou conhecimento da primeira armadilha, viu-se uma sombra de dúvida a toldar-lhe os olhos claros. Pacientemente (ganda psicólogo, caroço) lá apelou ao bom-senso dos polícias e negociou a libertação da faca de mato. Mas até ele achou estranho o procedimento da polícia para com um grupo de putos como éramos. O gajo do FAOJ, que era para ficar a semana toda, deve ter ficado impressionado com o primeiro dia e raspou-se logo no seguinte.

Nós não, achámos que aquilo era o prenúncio de uma semana a partir. O dia-a-dia dos monitores no acampamento decorria calma e pachorrentamente: alvorada, com treino de esfaqueamento de pinheiros e lançamento de facas, dança marcial com cordas e correntes e manifestações de agressividade sortida. Pequeno almoço (não me lembro puto de preparar as refeições, a não ser cortar feijão verde com a faca de mato. Deviam ser as brunas que faziam a sopa. Só me lembro do Bazinho, como era o mais pequeno, assaltar a tenda dos mantimentos para trazer sumos e bolachas). Praia ou piscina com os putos (S.Pedro era a Cascais da zona centro, bué de tias. Imaginem o sucesso que fazíamos ao atravessar a vila com o nosso grupo de pequenos duendes sujos e orelhudos, todos com a roupa voltada do avesso, vestida da frente para trás e com os sapatos trocados. O culminar do choque cultural acontecia na piscina, chiquérrima, com os nossos putos com cuecas, nos primeiros minutos, e sem elas no resto do tempo. A gritaria e o ranho pendurado tomavam conta do recesso da gente fina, e nós, depois de arranjarmos um sítio onde pudéssemos ver e não ser muito vistos, e abrigado do vento por causa da mix, ficávamos a olhar para a desordem causada pelo bando de pardais com a mesma beatitude com que olhamos para os nossos juniores). Almoço na base. Sesta para descanso ou relaxamento (relaxamento, men. Passa aí!) Mais um coche de desbunda. Jantar na base. Bocas para dormir. Xixi cama para as crianças. Bambi para o resto do ppl. Já não me lembro se ficava alguém responsável no acampamento, mas acho que não.

O Bambi era um café normal de dia, bem, normal não. Era um bocadinho janado. Mas de noite tinha uma disco a funcionar que era o tip top da altura. Íamos lá todas as noites. A única preocupação que tínhamos era ir pôr um dos putos a mijar, por volta da meia-noite. O gajo nem chegava a acordar, coitado. Ficava era cheio de resina no pijama por nós o encostarmos ao pinheiro. A outra preocupação era tentar sacar umas garinas, mas as profes faziam-nos marcação em cima, foi por isso que não percebi se... Parecia que estávamos na disco com as nossas mães ou o caroço.

Após uma noite em que tivemos que montar guarda ao acampamento e chamar os nossos amigos polícias por causa de um gajo que ficou trombudo por levar tampa de uma das profs e pôs-se a ameaçá-las com uma pistola e não sei quê, acordámos para o nosso vigoroso e estridente exercício matinal, no qual os putos nos acompanhavam com gosto. Aliás, o facto de todos os dias fazermos o nosso desfile berrando canções infantis como o “nós só queremos cuecas amarelas” e outras acabadas em ões e alho, de terem agitação nocturna garantida (na noite da primeira ameaça montámos um perímetro de segurança com o pessoal armado com machadinhas, martelos e pedras. Delirante!) e de poderem brincar com uns gajos ainda mais malucos que eles, fazia com que os putos nos adorassem. O Vick estava contente. Com o facto de nos adorarem, não com o resto.

Mas esse dia normal haveria de se mostrar longo e dramático: foi o dia da noite do Grande Rapto. Fomos ao Bambi, como de costume. Por acaso o Fak’s não levava a sua camisa de estimação, embora a usasse com frequência. Tomámos café e pusemo-nos na bicha para entrar na disco. Quando estávamos quase a entrar, o Fak’s lembrou-se que não tinha tabaco e ficou para trás para ir comprá-lo. Fomos entrando, e para aí uns 20 minutos depois o Fak’s ainda não tinha entrado. Pensei que o mano tinha sacado alguma ganduia lá fora. “Macaco do caroço!”, disseram os dois invejosos de merda de serviço, eu e o Bazinho. Daí a momentos, o porteiro do Bambi, que era um bacano, veio-nos avisar: “O vosso amigo foi preso pela Judiciária!” Hã!? Judiciária? Mas porquê? Como? Saímos para fora da discoteca (que tinha polícia à porta) e tentámos perceber o que se tinha passado. Ao que parecia, quando o nosso amigo estava na bicha para entrar, dois indivíduos abeiraram-se dele, encostaram-lhe uma arma às costas, e obrigaram-no a acompanhá-los. Meteram-se numa carrinha e bazaram... Pânico e estupefacção. O Vick estava lívido e as profs cacarejavam menos que o costume. O bófia era uma bela peça de estatuária: não tinha visto nhuntz, não sabia nhuntz. O Vick e eu e mais uma prof, fomos à polícia para saber se havia conhecimento de alguma acção da Judite na zona. “Judiciária?! Nhããaa! Não anda por aqui ninguém deles”. Então?!!! Comunicámos o desaparecimento e regressámos ao Bambi. Já se tinha instalado uma razoável confusão à volta do acontecimento e havia uma quantidade de ppl nas escadinhas e na estrada. A maior parte pessoal das motas e janadex. Às tantas, um gajo com um ar um coche beto puxou-me para o lado e disse-me “Oh pá, o vosso amigo não foi nada preso. Quem o levou foram os gajos do PC da MªGrande. Eu sou de lá e conheço-os”.

Quando a bomba estourou, o Vick deu algumas instruções rápidas e foi à polícia e daí direito à Mª Grande, para tentar aclarar a situação. Nós ficámos de guarda ao acampamento e aos putos. Pela segunda vez, puderam dar asas à sua fantasia e montarem guarda e protecção armada. Entretanto alguém nos veio avisar que a carrinha que tinha levado o Fak’s estava ao pé do Parque. Alguém foi chamar o bófia do Bambi (o Ssekou também lá estava? Suspeito que sim mas não tenho a certeza) e o ppl que por ali estávamos fomos a correr tentar interceptar os comunas. De facto conseguimos confrontar um gajo que devia estar a tentar recolher informações sobre a evolução da cena. Fomos tentando apertar o gajo, mas ele tirou uma coisa do bolso que parecia uma fusca e ameaçou-nos. O que valia é que o bófia esbaforido já lá vinha. Ainda parou uma vez ou duas para apanhar o boné e quando confirmou que havia crise e que já não poderia fugir dela, puxou de um punhalito tipo faca do queijo para se defender daquela gente doida. O comuna quando viu o xota disse que disparava, o bófia parou para cagar e o gajo bazou para uma carrinha WW e piraram-se. Caralho, toninhas do polícia. Tínhamos armas melhores do que a dele...

Frustrados, regressámos à base e pusemos os miúdos ainda mais exultantes dizendo-lhes que estávamos cercados por terroristas armados. Nessa noite o puto das mijas nem se encostou ao pinheiro. Perspectivava-se uma noite de directa o que é sempre motivo de festa. O pessoal das motas aproveitava para andar a acelerar bué e a fazer estrilho, na base de que se andava à procura de um gajo raptado pelos comunas. Quem ficava em terra ia bebendo umas bujas graças à boa vizinhança do Bambi e pudemos conhecer alguns cromos de colecção: o Melquíades aka Melkits e o Pardal aka Passarinho. Altamente janados, fizeram companhia ao Bazinho e a mim (e o Ssekou? ...), e estiveram montes de tempo a discutir se valia a pena experimentar atirar um cigarro para dentro do depósito da mota do Melkits...

Passadas umas horas, já um bocado fartos dos números do Melkits e do Passarinho, aparece-nos a vítima, vindo do lado de dentro do acampamento. Ficámos chateados por ele ter furado o perímetro de segurança, mas o alívio por o ver vivo e aparentemente sem ter sido lavado ao cérebro superou tudo o resto. Do que se passou realmente e do cativeiro do Fak’s, vou ficar à espera que ele nos conte. Da festa que se seguiu posso recordar a solidariedade e animação do resto do ppl que acompanhou a espera connosco, tendo a cerveja e outros consumos passado de mão em mão. Da última coisa que me recordo é de estar a dormir vestido, numa tenda duns gajos do Porto, e um deles meter uma mota lá dentro , acelerar, encher aquilo de fumo, fechar o fecho da tenda pensando que assim me obrigaria a acordar. Tu é maluco, men. Eu já era gazeado há uma temporada, não era aquele fumito que me ia roubar o sono.

No dia seguinte, tratadas as diversas formalidades legais pelo aliviado Vick, nós, os senhores monitores, fomos tomar café ao Bambi de manhã. A polícia tinha autorizado e até recomendado que andássemos com o nosso arsenal, e as cordas, correntes, facas e machados faziam-nos sentir heróicos e invencíveis. Mas o Fak’s, com a sua camisa-manifesto, era o centro das atenções, e teve direito a café de borla! Como a nossa segurança estava ameaçada, foi-nos recomendado retirarmos estrategicamente, porque havia muitos comunas na MªGrande e estavam danados connosco, nazis da pior espécie que lhes tinham ocupado o espacinho gostoso.

Assim, foi de forma absolutamente gloriosa e triunfal que entrámos em Tomar, num autocarro da polícia, com os putos todos com a cabeça de fora e a gritar: “o povo unido, jamais será vencido”, “viva a liberdade”! A surpresa foi geral mas o efeito foi bonito. E aprendemos uma verdade fundamental, que afinal são duas: nunca se deve mijar contra o vento nem encostado a um pinheiro.

2 Response to "25 Abril, sempre"

  1. A Besta Said,

    Yeahhhhh lol o vick!!!! e iamos aquele café bronhoso lembras-te? mas o gajo no fim até nos curtiu...quanto à cena q contas, grandes aventuras men...tas com a memória potente...
    Ganda post a dar abertura à cena do Grande Rapto!!! Mas o que é k nós n fizemos pah? ah...pois...não fomos à lua...lol

     

  2. Marinho Said,

    Ahah! Ainda tens a camisa, meu? Sempre que vou a S.Pedro faço questão de ir ao Bambi, fechar os olhos e lembrar-me do curtido que aquela merda era. Abraços.

     

Enviar um comentário

    Visa Drone

    Orquestrada - Oxalá Te Veja