Terminaram as chamadas "Queimas das Fitas" e, salvo raras excepções, o balanço foi o do costume: alarvidade+Quim Barreiros+garraiadas+comas alcoólicos. No antigo regime, os estudantes universitários eram pomposamente designados de "futuros dirigentes da Nação". Hoje, os futuros dirigentes da Nação formam-se nas "jotas" a colar cartazes e a aprender as artes florentinas da intriga e da bajulice aos poderes partidários, enquanto à Universidade cabe formar desempregados ou caixas de supermercado. A situação não é, pois, especialmente grave. Um engenheiro ou um doutor bêbedo a guiar uma carrinha de entregas com música pimba aos berros não causará decerto tantos prejuízos como se lhe calhasse conduzir o país. Acontece é que muitos dos que por aí hoje gozam como cafres besuntando os colegas com fezes, emborcando cerveja até cair para o lado, perseguindo bezerros e repetindo entusiasticamente "Quero cheirar teu bacalhau" andam na Universidade e são "jotas". E a esses, vê-los-emos em breve, engravatados, no Parlamento ou numa secretaria de Estado (Deus nos valha, se calhar até já lá estão!).
Manuel António Pina, no JN - 11/05/2009
Epá, ainda hoje andei a fazer FW dessa notícia, que se me afigurou deveras interessante e bene trovata.
Sugiro aos tuneiros - essa raça maldita só suplantada na minha lista de ódios tribais pelos freaks e crusty punks do Miradouro de Sta Catarina - que nas próximas sessões de praxanço se besuntem de bacalhau demolhados há três quinze dias e cheirem (eufemismo simpático para 'esfreguem na tromba')as fezes dos caloiros.
De seguida sugiro que apontem agulhas para a sede de uma qualquer Jota e nesses preparos cantem uma daquelas musiquetas com uns palhaços a saltar de pandeireta na mão.
Depois caiam na real, e embebedem-se para esquecer as tristes figuras que fizeram durante o curso, ferozmente e até ao coma, que, neste caso, pode bem ser irreversível, a ver se eu me importo.