Os meus manos embargaram-me a pena. Tenho um pedaço de vergonha de ser orgulhoso. E também me constrinjo de ser preguiçoso. Por isso, o que é que eu posso dizer acerca dos meus costados mais importantes, sem parecer um gajo com uma lágrima no canto do olho e outra no canto do outro?
Só posso dizer que o facto de ainda só terem referido boas recordações e influências se deve ao pouco tempo e atenção que lhes votei porque andava demasiado ocupado em ser adolescente com a mania que é grande.
E realizar que acho que nunca lhes disse e mostrei suficientemente que os adoro e que estão no meu pensamento todos os dias.
O resto, o resto é o orgulho e a felicidade de ver dois “putos” a escrever e a defender a língua materna que me é cara, precisamente por ser materna. Um dia em que haja partilhas, eu vou poder pedir para me eles me darem tornas do talento que lhes calhou.
Resuma-se o não dito a um comentário que larguei no Vareta Funda, e a um abraço largo e quente aos brodas:
“ Pronto, o puto chibou-se. É justo, eu também já o tinha chibado a ele. Privilégio de cota. Mas, em defesa da honra, registe-se:
1 - Eu não escrevo, escrivo histórias que me aparecem vindas da idade, como os sinais, as rugas e os pintelhos brancos.
2 - Não faço ideia como é que o Vareta, sendo meu irmão, conseguiu conservar os tarimbelhos necessários para ser alguém de quem nos orgulhamos facilmente. Ele sim, escreve.
3 - Ainda vos falta contactar com a pena da outra ponta do tripé dos SuperVariousBrothers: The MiddleMan, que não mete a pena num lado qualquer, mas que a tem bem rômbica e afiada.
(...) Abraços e beijinhos a vocêses todos, que me habituei a admirar e perseguir.”
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